quinta-feira, 18 de junho de 2009

Quero voltar a Confiar...

Olá.

Li o texto abaixo, de Arnaldo Jabour - e fiquei consternada em pensar se não seria muito saudosismo de minha parte querer de volta a minha infância. É claro que muitas coisas melhoraram, evoluiram - mas, e a essência do ser? do viver? onde foi parar?
Decerto que, ainda tenho esperança de que a vida seja diferente, não utópica; mas, ao menos, mais humana.

Boa leitura e grande abraço,

Quero voltar a Confiar(Arnaldo Jabor)

Fui criado com princípios morais comuns: quando eu era pequeno, mães, pais, professores, avós, tios, vizinhos eram autoridades dignas de respeito e consideração. Quanto mais próximos ou mais velhos, mais afeto. Inimaginável responder de forma mal educada aos mais velhos, professores ou autoridades… Confiávamos nos adultos porque todos eram pais, mães ou familiares das crianças da nossa rua, do bairro, ou da cidade…

Tínhamos medo apenas do escuro, dos sapos, dos filmes de terror… Hoje me deu uma tristeza infinita por tudo aquilo que perdemos. Por tudo o que Meus netos um dia enfrentarão. Pelo medo no olhar das crianças, dos jovens, dos velhos e dos adultos.

Direitos humanos para criminosos, deveres ilimitados para cidadãos honestos. Não levar vantagem em tudo significa ser idiota. Pagar dívidas em dia é ser tonto… Anistia para corruptos e sonegadores… O que aconteceu conosco? Professores maltratados nas salas de aula, comerciantes ameaçados por traficantes, grades em nossas janelas e portas. Que valores são esses? Automóveis que valem mais que abraços, Filhas querendo uma cirurgia como presente por passar de ano. Celulares nas mochilas de crianças.

O que vais querer em troca de um abraço? A diversão vale mais que um diploma. Uma tela gigante vale mais que uma boa conversa. Mais vale uma maquiagem que um sorvete. Mais vale parecer do que ser… Quando foi que tudo desapareceu ou se tornou ridículo? Quero arrancar as grades da minha janela para poder tocar as flores! Quero me sentar na varanda e dormir com a porta aberta nas noites de verão! Quero a honestidade como motivo de orgulho. Quero a retidão de caráter, a cara limpa e o olhar olho-no-olho.

Quero a vergonha na cara e a solidariedade. Quero a esperança, a alegria, a confiança! Quero calar a boca de quem diz: “ temos que estar ao nível de…”, ao falar de uma pessoa. Abaixo o “TER”, viva o “SER” E definitivamente bela, como cada amanhecer. E viva o retorno da verdadeira vida, simples como a chuva, limpa como o céu de primavera, leve como a brisa da manhã! Quero ter de volta o meu mundo simples e comum.

Vamos voltar a ser “gente” Onde existam amor, solidariedade e fraternidade como bases. A indignação diante da falta de ética, de moral, de respeito... Construir um mundo melhor, mais justo, mais humano, onde as pessoas respeitem as pessoas. Utopia? Quem sabe?... Precisamos tentar… Quem sabe começando a encaminhar ou transmitindo essa mensagem… Nossos filhos merecem e nossos netos certamente nos agradecerão!

5 comentários:

Mariana disse...

Olá Gisa,

eu sempre fiquei com medo de estar ficando velha e por isso sentir tanta falta dos meus tempos de infancia. Apesar de ser um pouco mais nova (bem mais nova) que o Arnaldo, na minha "época" as coisas ainda eram simples, exatamente como ele descreveu.
Acho que o que mais tem me feito feliz aqui no Canadá é o fato de perceber que meus filhos terão a oportunidade de viver uma infancia muito parecida com a minha. Existe uma certa ingenuidade, uma simplicidade, uma valorização do ser humano impressionante nesta terra dita "gelada". Não sei se teremos a chance de ver nosso país voltar a ser aquele "paraiso" que foi um dia, mas pelo menos Nós temos a possibilidade de proporcionar algo ainda melhor para nossos filhos; ainda que longe da nossa terra natal.

um beijo
Marilena

César, Valéria, Lara e Anaclara disse...

Infelizmente parece que nosso Brasil segue num caminho sem volta. Uma pena.

E a vida segue...

Andando no deserto disse...

Queridos

Diante do texto do Arnaldo, tenho uma mistura de sentimentos: (1) Alegria, por saber que em breve vocês também estarão por aqui e (2) grande tristeza, por nossos parentes e amigos que continuam a viver no Brasil.

Igor Almeida disse...

Eu to com saudade de oces! Vem nao eh? Aiaiaiaiaiia, dah um cascudo na maria jao! Xero pra vcs!

Fernando e Silvia disse...

Oi família capixaba, se eu contar que deu briga na hora de vender minhas panelas de barro, vocês não acreditam!! E eu pensei que ninguém ia querer comprar!!! Fez o maior sucesso em SP!! Fiquei na saudade!
Está chegando a hora de vocês!!!
Um abração pra vocês,
Silvia