Nós na terra dos gigantes

“Fomos à terra a que nos enviaste; e verdadeiramente mana leite e mel, e este é o seu fruto. O povo, porém, que habita nessa terra é poderoso, e as cidades fortificadas e mui grandes; e também ali vimos os filhos de Enaque. Os amalequitas habitam na terra do sul; e os heteus, e os jebuseus, e os amorreus habitam na montanha; e os cananeus habitam junto do mar, e pela margem do Jordão. Então Calebe fez calar o povo perante Moisés, e disse: Certamente subiremos e a possuiremos em herança; porque seguramente prevaleceremos contra ela. Porém, os homens que com ele subiram disseram: Não poderemos subir contra aquele povo, porque é mais forte do que nós. E infamaram a terra que tinham espiado, dizendo aos filhos de Israel: A terra, pela qual passamos a espiá-la, é terra que consome os seus moradores; e todo o povo que vimos nela são homens de grande estatura. Também vimos ali gigantes, filhos de Enaque, descendentes dos gigantes; e éramos aos nossos olhos como gafanhotos, e assim também éramos aos seus olhos.” (Números 13: 27 -33)

O imigrante cristão aprende no seu novo país a colocar a fé em prática. Aquela história de basta cada dia o seu mal, de viver de fé em fé, de confiar no Senhor se torna parte do nosso cotidiano. No Brasil vivíamos em plena atividade cristã, estávamos sempre fazendo algo com o povo da nossa igreja e nos cultos tinhamos escalas para tudo. Aqui, aqui é diferente, Deus que nos colocou para trabalhar em sua obra no Brasil hoje nos lapida para o que vamos enfrentar aqui na terra dos gigantes.

Estamos na fase da espionagem e digo a vocês que entendo bem o comportamento daquele que botaram medo no povo dizendo que a terra era boa mas..., repare que o texto acima é assim mesmo, uma frase para a terra é boa e o restante são os impecilhos de desfrutar desse leite e mel.

Uma coisa é você sonhar com a terra prometida, outra coisa é estar nela e enfrentar os gigantes que nos olham como gafanhotos, dá medo sim! Os gigantes que nos rodeiam são muitos e são fortes, precisamos agora da fé dos que olharam para eles e não viram os mas..., confiaram que se foi Deus quem deu essa terra que agora pisamos então Ele será fiel em nos sustentar.

Gigantes são assim mesmo, estão aí para nos assustar, nos fazer sentir que somos pequenos, insignificantes, que com um peteleco podem nos fazer desmoronar como um castelo de cartas. Mas, maior é o que está em nós, que é o nosso Senhor.

Se Deus nos escolheu para habitar na terra dos gigantes, então que venham eles porque nenhuma arma forjada contra nós ha de prosperar, nenhum mal vai nos ameaçar nenhuma praga à minha tenda chegará.

Abraços
Wagner.

O Salvador da Pátria

Olá a todos, estamos comemorando 7 meses de Canadá!!! Muitas coisas aconteceram nesse periodo, mas nada tão inusitado como o evento da quinta feira passada.

Estava eu em downtown e passei no nosso centro de imigrantes pra fazer um pit-stop. Gostamos muito de lá porque sempre somos benvindos e muito bem tratados por todo, como Kamloops é uma cidade pequena por onde você passa fica logo conhecido... clima de cidade de interior.

Quando abri a porta, a secretária levantou os braços em tom de alívio e disse: é o Wagner, ele fala português! Lá dentro havia uma care giver com um senhor na cadeira de rodas. Ela procurava por alguém que falasse português porque o senhor era um imigrante brasileiro, aqui vou chamá-lo de A.L.

Conversando com o senhor A.L descobri que ela falava 4 línguas: português, espanhol, francês e inglês. Mas depois do acidente que teve, ele ficou paraplégico e perdeu um pouco de memória, com o tempo as línguas também desaparecera restando só o português.
A senhora que o acompanhava por certo achou que ele não falava coisa com coisa devido a idade, a memória etc. Eu estava me colando a disposição dele para trabalhar como voluntário quando de repente ele falou: Você não faz idéia do que essa mulher faz comigo...

- Quem? Essa senhora (care giver) aqui do meu lado?
- Sim, essa mesmo!
- O que ela faz com o senhor?
- Ela me maltrata...

Todos ao meu redor (o povo do centro de imigrantes e a care giver) queriam saber o que ele havia me falado e eu tive que traduzir ressaltando não saber se isso se tratava de uma alucinação ou se era verdade. A mulher ficou transtornada, disse que precisava ir ao banco e nos deixou sozinhos com A.L. Esse comportamento levantou a suspeita de que ela não era tão boa cuidadora pois deixou A.L com pessoas desconhecidas por quase 30 minutos.

O supervisor do centro de imigrantes resolveu relatar o ocorrido para a supervisora da care giver e nesse tempo A.L pediu que não o deixasse a sós com ela, pois ele estava com medo dela. Isso fez com que o supervisor chamasse a polícia e eu, O Salvador da Pátria, tive que ficar lá pois era o único que falava a lingual de A.L.
A mulher ficou transtornada quando soube da polícia mas nada podia fazer. O policial chegou e eu ajudei no interrogatório como tradutor.

O final da história foi que a mulher foi demitida, não cuidará mais de A.L. Ele, foi levado de ambulância para o hospital pois tinha feridas nas costas. Eu, O Salvador da Pátria, saí de lá todo orgulhoso por poder ajudar alguém naquela situação e muito agradecido a Deus por ter me colocado no lugar certo na hora certa para ser canal de benção para o próximo pois é para isso que a gente está aqui.

Fim da história.